Sobre ser mulher e mãe no mercado de trabalho

   09 de julho de 2019

Questionaram a minha opinião sobre as mães no mercado de trabalho.Elas sofrem preconceito? São deixadas de lado em processos seletivos? Rendem menos no trabalho? Saem toda hora da empresa para levar os filhos no médico? Essas e muitas outras perguntas povoam a nossa sociedade.

Acredito que o mercado de trabalho coloca muitas vezes uma barreira para mulheres que tem filhos pequenos, esse processo se inicia na seleção quando uma mulher tem que responder perguntas que não são feitas para homens, por exemplo: com quem você vai deixar seu filho para trabalhar? E se ele ficar doente? Pretende ter mais filhos? Tem certeza que não está grávida né?! Essas perguntas reforçam a ideia de que somente a mãe é responsável pela criança e que somente ela terá obrigações sobre os filhos. Aos pais não é necessário questionar sobre a rotina dos filhos, nem sobre as responsabilidades que eles possuem.

Muitas mulheres qualificadas ficam vagando pelo limbo da contratação até que seus filhos cresçam. É um tempo forçado e imposto pelo nosso sistema de seleção que tem medo de inseri-las. É um preconceito pois não há comprovação nenhuma que uma mulher com filho pequeno vai ser menos produtiva ou que fará mais saídas em horário de expediente. Como não há comprovação que uma mulher sem filhos ou um homem com filho será um profissional melhor ou pior. Desempenho não está relacionado ao estado civil, ao número de filhos, a cor do cabelo ou estilo de roupas. Desempenho deve ser analisado e avaliado pelo que a pessoa entrega durante o dia de trabalho, as competências que agregam á empresa. Ter um filho é uma escolha e uma característica dividida entre a mãe e o pai da criança.

Temos que lutar contra preconceitos todos os dias. É uma atitude diária e que envolve mudança de pensamentos e ações. Um processo seletivo deve ser imparcial e livre dos preconceitos de quem o conduz, o que também impõe ao profissional que seleciona uma mudança de comportamento e atitude. Ao selecionar avalie competências e desempenho. Não julgue escolhas feitas pelo candidato pois muitas mulheres competentes, disponíveis ao trabalho, estão sendo excluídas por uma característica: ter um filho. Essa escolha não deve ser punida ou julgada.

Aline Costa

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